segunda-feira, 11 de abril de 2011
Os ombros suportam o mundo.
Por Carlos Drumond de Andrade.
Chega um tempo em que não se diz mais:meu
Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais meu:meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Pouco importa venha a velhice,que é a
velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras,as fomes,as discussões dentro dos
edifícios provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns,achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma
ordem.
A vida sem
Chega um tempo em que não se diz mais:meu
Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais meu:meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Pouco importa venha a velhice,que é a
velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras,as fomes,as discussões dentro dos
edifícios provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns,achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma
ordem.
A vida sem
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