terça-feira, 26 de abril de 2011
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Segundo o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), a China forma em torno de 400.000 engenheiros por ano; a Índia, em torno de 280.000 e a Coreia, 80.000 (Jeff J Mitchell/Getty Images)
Pouco menos da metade da população com idade entre 15 e 64 anos, com ensino médio e superior completos, pode ser considerada plenamente alfabetizada em matemática
O célebre matemático inglês Godfrey Hardy disse que um teorema não pode ser desfeito. Um teorema, por sua vez, é uma afirmação que pode ser provada. Provou-se, no último relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês), por a+b, que a matemática é o ponto mais fraco de 3.292.022 alunos brasileiros. Ironia dos gregos, que batizaram "prazer de aprender" com a palavra mathemátikos. Problema do Brasil, que precisa importar aqueles que concordam com a etimologia dessa arte exata.
Neste ano, o país terá trazido para cá 4.800 engenheiros estrangeiros. A cada ano, são formados 32.000 novos profissionais dessa área. Muito pouco, já que só a indústria automobilística e a Petrobras precisam de 34.000. A conta já foi feita: um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que, se a economia crescer 3,5% ao ano, a partir de 2015 nosso estoque de engenheiros não atenderá a demanda e a escassez será um grave problema. Segundo o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), a China forma em torno de 400.000 engenheiros por ano. A Índia, em torno de 280.000. A Coreia, 80.000.
O problema, acreditam os especialistas, está na primeira casa decimal. Os primeiros anos da educação básica no Brasil são ensinados por professores que cursaram pedagogia, onde não se ensina matemática. “E a matemática tem peculiaridades. Ela é sequencial, se não aprender a somar, não aprende a multiplicar. Se não aprende a multiplicar, não aprende a dividir. Se em algum momento a criança não foi bem nesse processo, ela está condenada a não ir bem nas outras etapas”, afirma Suely Druck, diretora das Olimpíadas Brasileiras de Matemática das Escolas Públicas e professora do curso de matemática da Universidade Federal Fluminense (UFF). “Quando você ensina uma criança que se ela colocar a plantinha no sol e der água vai crescer, ela entende, mesmo sem saber o que acontece exatamente na fotossíntese. Com a matemática não, ela tem que entender tudo desde muito pequena. Isso exige professores preparados, infraestrutura, uma série de fatores. Tem todo um contexto para dar errado.”
Para tentar desfazer o teorema de que brasileiro não sabe e não gosta de matemática, Suely criou o evento que distribui 1.100 medalhas de ouro, 1.800 de prata e 2.700 de bronze. Aqueles que alcançam os 3.000 primeiros lugares recebem uma bolsa de iniciação científica "e são mergulhados em mundo de ciência e tecnologia, de uma maneira que nunca mais queiram viver sem isso”, explica Suely. Eles descobrem algo que estava à disposição deles, e do qual não faziam idéia. “É muito emocionante ver a reação das famílias, aquelas senhoras que chegam a ir carregadas à premiação, para ver o neto receber uma medalha de matemática, uma coisa inalcançável para a maioria delas”, conta.
Essa ciência é mesmo difícil de se dominar no Brasil. Em 2007, o Instituto Paulo Montenegro, ligado ao Ibope, entrevistou pessoas de todas as faixas etárias buscando mapear o analfabetismo funcional matemático, um paralelo com o que é feito na área das humanas, identificando aqueles que sabem ler, mas não entendem o que estão lendo. Pouco menos da metade da população com idade entre 15 e 64 anos, com ensino médio e superior completos, pode ser considerada plenamente alfabetizada em matemática.
A Sociedade Brasileira de Matemática identificou o problema, e criou um mestrado profissionalizante, para professores do ensino básico. “Claro que a formação de um professor de matemática não se encerra na própria matemática, é preciso dominar a relação entre o conhecimento matemático e a sua vivência em sala de aula. Mas uma formação sólida dos professores é uma condição sine qua non para um ensino de qualidade”, afirma Maria Aparecida Ruas, representante da instituição. “E saber matemática é uma questão de cidadania, como saber ler e escrever.”
Por Denise Rothenburg, Tiago Pariz e Ivan Iunes, do Correio Braziliense
Com 1.361 dias à frente, o governo da presidente Dilma Rousseff enxerga no horizonte um cenário de turbulência econômica, impulsionado pela verve gastadora de seu mentor político Luiz Inácio Lula da Silva. A herança é responsável por dar um quase nó na política social voltada para a erradicação da miséria. Ao completar 100 dias, marca simbólica que assessores e ministros rejeitam, o governo ainda se debate para encontrar a afinação ideal entre a popularidade nas alturas e a necessidade de se tocar nas feridas até aqui colocadas: inflação em disparada, queda vertiginosa do dólar e reformas que fazem arrepiar quase todos os 594 parlamentares do Congresso Nacional.
No campo político, a eterna disputa travada por PMDB e PT dá sinais de que seguirá latente, embora o Legislativo confirme a aparente submissão ao Planalto. Nesse período, o governo tirou o pé de propostas ambiciosas e urgentes, como as mudanças nos sistemas tributário e político. O excesso de zelo, elogiado pela oposição, deixou os adversários em igual estado de espera, para não serem acusados de precipitar uma disputa política que Dilma ainda não se mostrou disposta a comprar.
Os palacianos adotaram a aprovação pessoal da presidente como marca para comemorar. “Nestes 100 dias, o governo demonstrou estar obtendo sucesso com a população que pode ser verificado nas pesquisas, que apontam aprovação recorde. Isso significa que o governo está no rumo e que a presidente conduz corretamente a gestão”, analisa o vice-presidente Michel Temer.
A alta popularidade foi conquistada graças a um rescaldo da herança de Lula e na esteira de vitórias importantes no Congresso, como a política de correção do salário mínimo para os próximos quatro anos. Até o fim de 2014, ela tem 12 áreas como desafios: melhorar o desenvolvimento econômico; erradicar a pobreza; criar um sistema confiável de Defesa Civil; aprovar o Código Florestal; realizar, sem incertezas, a Copa do Mundo; incrementar Educação, Saúde e Segurança; energia; Previdência; reforma tributária e lidar com uma nova agenda internacional.
Para alcançar esses pontos, o governo quer se livrar o quanto antes do legado de gastança pública. No Planalto, esse primeiro período ainda é considerado de transição. Para completar, existem nós atados durante a eleição de 2010 — a acomodação de aliados em cargos de segundo escalão é a principal pendência (leia mais na página 4). E há ainda um estoque de medidas provisórias e leis do governo anterior não aprovadas. Enquanto não liquidar esse passivo, Dilma avalia não haver saído da transição.
A presidente orientou o governo a não tratar os 100 dias como marca. Ela pretende fazer o primeiro balanço apenas em agosto, quando conclui a primeira avaliação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ela já recomendou a vários ministérios que concluam levantamentos de execução do PAC no fim de junho e remetam tudo ao Planalto. Feito isso, ela fará a análise dos resultados de cada um em julho, para anunciar os resultados em agosto.
“A presidente vai bem, mas o governo, não. O Brasil de Dilma de 2011 é outro. Não é o de Lula de 2010. Precisamos de ações que o governo não sinaliza, não há reformas à vista”, afirma o cientista político Carlos Mello, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper). Para Leonardo Barreto, cientista político da Universidade de Brasília, Dilma precisa definir qual é sua macroagenda antes do fim do primeiro semestre. “Ano que vem é eleição. Se deixar para frente, ela vai ser criticada. O momento é agora, que conciliaria uma popularidade alta, uma oposição enfraquecida e disponibilidade para o novo. O bonde passa até julho”, afirmou.
Termômetro
O principal feito do governo foi o anúncio de cortar o Orçamento em R$ 50 bilhões, o maior da história, para conter a escalada dos preços que tem origem na alta internacional de alimentos. No acumulado de 12 meses, a inflação está perto de 6,5%, o teto da meta. “É preocupante o governo usar remédios que não estão dando certo contra a volta da inflação. Ele está tratando da febre quebrando o termômetro”, afirmou o presidente do DEM, senador José Agripino (RN).
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), minimizou as turbulências e disse que Dilma tem como orientação transformar o Brasil em uma das cinco maiores economias do mundo. “O investimento voltou a crescer com força no início de 2011 e os números indicam que a expansão da capacidade produtiva segue firme. A presidente deu início ao seu governo apresentando disposição no front fiscal, um dos pilares da política de combate à inflação. O superavit primário acumulado no primeiro bimestre foi de R$ 25,6 bilhões”, afirmou o petista.
A presidente da República pautou suas decisões na área econômica. Com isso, ganharam força o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o aconselhamento de Antonio Palocci, o todo-poderoso chefe da Casa Civil.
Por: Fátima Cardoso
A prefeita diz que cortará o ponto dos trabalhadores em greve, mas nós é que iremos cortar o ponto da prefeita, que não cumpre suas obrigações constitucionais. A greve está escondendo a verdadeira realidade das escolas. Cortaremos o ponto pela falta de professor e funcionários para iniciar o ano letivo, pela falta de material de limpeza e de expediente, pela falta de merenda e farda para os alunos, pela falta de reformas nas escolas e reparos para o seu funcionamento. Por fim, afirmo que esta é uma medida antipática e atrasada e que não condiz com o profissionalismo da categoria.Os educadores de Natal suspenderam a greve que já durava 40 dias. Em assembleia realizada hoje(21) a tarde, a categoria ratificou o acordo assinado pela diretoria do Sindicato em Audiência de conciliação ocorrida pela manhã.
A categoria conquistou 11,07% de reajuste, sendo 6,47% em março, com retroativo a janeiro, e 4,32%, em maio, sem o retroativo. A prefeitura assumiu ainda o compromisso de trabalhar para conceder mais 4,18% de reajuste, entre junho e dezembro deste ano. Com isso, seria atingido o percentual de reajuste de 15,29% determinado pela Lei para ser pago em janeiro deste ano. No entanto, mesmo esse reajuste está condicionado aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Pelo acordo judicial, não haverá desconto de salários dos grevistas. Outro ponto acordado foi o perdão da multa que seria atribuída ao Sinte-RN pelo descumprimento da ordem judicial em retornar imediatamente às aulas.Na Libya o governo Gaddafi desde sexta feira tem feito proncuniamento que aceita o cessar-fogo, entretanto, não é o acontece: seu exercito tem atacado sistematicamente em várias cidades, principalmente Misurata que encontra-se desprotegida das forças rebeldes. Apenas os moradores-manifestantes estão enfrentando os ataques de Gaddafi.
Misurata é a terceira maior cidade e faz parte do cessar fogo da ONU que exige a retirada completa do exercito de Gaddafi da região, o mesmo acontece com a cidade de Al-Ziwaya, também alvo de violentos ataques.
Em Benghazi, aviões e tanques atacam na periferia da cidade, reduto do governo provisório dos revolucionários, mas são rechachados pelos rebeldes que tomaram quatro tanques do exercito e estão varrendo os arredores.
A declaração da ONU não está sendo respeitada, e muito revolucionários civis foram mortos, sem informações claras de quantos.
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