domingo, 13 de novembro de 2011

Professor do RN adapta obras literárias e torna aulas mais criativas


Adotar e ser adotado. Essas têm sido práticas constantes na vida de Josivan Monte, professor de literatura. Apesar de ter somente 45 anos, ele perdeu a conta de quantos "filhos" têm. Dessa imensa "família" fazem parte seus atuais e ex-alunos. O ato de adotar os adolescentes como membros da família se intensificou nos últimos anos devido à proximidade dos jovens com o professor que usa a arte para cativar os jovens.Atuando como educador desde os 18 anos ainda em sua terra natal, São Bento do Norte, Josivan percebeu dois anos depois que a metodologia usual da gramática e da Literatura não surtiam efeito para prender a atenção dos adolescentes. "Vi muitas vezes o professor entrar na sala de aula e os alunos saírem". Ao assistir cenas como essas, o jovem percebeu que precisava fazer algo diferente para despertar o interesse dos estudantes pela disciplina considerada segundo plano na preparação para o vestibular, ao contrário de português, matemática e física, por exemplo.Como se considera um fascinado pelas diversas manifestações artísticas, intuitivamente Josivan percebeu que essa seria a forma da literatura conquistar os alunos. A técnica foi aprimorada a partir de 1999 quando as obras literárias passaram a ser exigidas no vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A música, o teatro e a dança passaram a fazer parte cada vez mais das aulas.E foi na elaboração de textos das peças teatrais que descrevem a história dos livros solicitados no vestibular que o contato entre mestre e alunos se tornou intenso. Como dá aulas em nove instituições da rede privada de ensino para 60 turmas concluintes do Ensino Médio e cursinho pré-vestibular, Josivan tem aproximadamente dois mil alunos.O contato estreito entre alunos e mestre durante todo o ano ultrapassa as barreiras das salas de aula. Hoje Josivan - apesar de ser ainda jovem - não sabe ao certo quantos filhos adotou. Na verdade, em muitos casos, ele foi adotado como pai. Atitudes como pegar e deixar os alunosna escola, curso de inglês ou até mesmo em uma balada se tornou mais freqüente na vida do professor que se considera uma pessoa que "gosta de cuidar dos outros". Josivan acredita que a perda de seu pai aos 12 anos de idade teve forte influência nessa vontade de cuidar do próximo. "Somos seis irmãos. Então e minha irmã mais velha absorvemos a responsabilidade de ajudar nossa mãe com as outras crianças", lembra.


DN ONLINE

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