segunda-feira, 13 de junho de 2011

OCULTANDO A HISTÓRIA OCULTA


Sarney defende sigilo eterno de documentos

Ex-presidente diz não querer "abrir feridas" e nega tentativa de ocultamento; segundo, Ideli Salvatti, pedido é desejo de Sarney e Collor, aliados do governo

José Sarney: "Sou um homem que nada tenho a esconder"

José Sarney: "Sou um homem que nada tenho a esconder" (André Dusek/AE)

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), defendeu nesta segunda-feira a manutenção do sigilo eterno de documentos governamentais considerados ultrassecretos. A nova ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, afirmou que o governo vai defender a proposta para atender ao desejo de ex-presidentes, como Sarney e Fernando Collor (PTB-AL), hoje senadores e integrantes da base aliada. Se a intenção de Sarney virar lei, ficaria barrado o acesso de historiadores a documentos classificados do governo.

Na visão de Sarney, a abertura de documentos históricos pode "abrir feridas" do passado. "Os documentos históricos que fazem parte da nossa história diplomática, do Brasil, e que tenham articulações, como o Rio Branco teve que fazer muitas vezes, não podemos revelar esses documentos, senão vamos abrir feridas". Ele afirmou que é preciso manter o segredo para "preservar" o Brasil.


"Eu tenho muita preocupação que hoje nós tenhamos a oportunidade de abrir questões históricas que devem ser encerradas para frente no interesse nacional. Nós devemos olhar o Brasil. Ultimamente, todos nós nos acostumamos a bater um pouco no nosso País. Vamos amar o nosso país e preservar o que ele tem", disse.


Nada a esconder
- Sarney nega que a defesa do sigilo eterno tenha como objetivo ocultar ações suas quando foi presidente, entre 1985 e 1990. O ex-presidente afirmou que é preciso divulgar tudo que for relativo ao "passado recente". "Sou um homem que nada tenho a esconder".

Segundo a ministra de Relações Institucionais, o governo vai apoiar alterações no texto que tramita no Senado sobre a lei de acesso a informações. A proposta, aprovada na Câmara, prevê um limite de 50 anos para a manutenção do sigilo de documentos ultrassecretos. Ideli afirma que a intenção do governo é retornar ao projeto original, enviado ainda pelo presidente Lula, no qual não havia limite para a renovação do prazo de sigilo dos documentos.


FONTE: AGÊNCIA ESTADO

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